segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mestre Pantera Negra

Mestre Pantera Negra


Nascido em Maruim/Se, o mestre Pantera Negra ou Edson Correia, é um dos símbolos da capoeira sergipana.

O mestre Pantera deu seus primeiros gingados no início da década de oitenta com o professor Caramujo, na cidade de Riachuelo/Se, com quem treinou por seis anos. Como o grupo não tinha nome, nem seguia um sistema de graduação, Edson Pantera veio para Aracaju onde recebeu a sua primeira graduação no Grupo Filhos de Luanda, com o professor Bidinha. Após receber a graduação, neste mesmo dia, em visita a uma roda do Grupo Aruandê, do então professor Malazart, no bairro Siqueira Campos, após conversa, passou a integrar o Aruandê. Neste período, Pantera já ministrava aulas de capoeira substituindo o professor Caramujo e adotava o nome de Irmãos Unidos (1987). Aqui uma feliz coincidência: conversando com Malazart, descobriu que o nome Irmãos Unidos era o nome do antigo grupo do mestre Malazart que estava arquivado, daí surge com força e apoio o Grupo Irmãos Unidos na cidade de Riachuelo. Edson Pantera foi graduado mestre no ano de 2002, pelo mestre Geni da Bahia, e numa outra feliz coincidência, no evento do Grupo Zambiacongo, do mestre Geni. Conversamos com o mestre Pantera. IM – Como você vê os trabalhos das Federações Sergipana e Desportiva para o desenvolvimento da nossa capoeira? Mestre Pantera – A meu ver a capoeira só perde com isso. Relembro uma frase do mestre Itapoan, quando disse que “Sergipe é muito pequeno para tanta disputa”. O que se vê na verdade são duas entidades, que na verdade não estão criando um laço de amizade entre a capoeira e o capoeirista, é preciso deixar um pouco o lado burocrático e dar atenção a camaradagem que deveria reinar entre nós, principais artistas dessa arte. IM – Como está vendo a introdução de elementos de outras artes marciais na capoeira? Com isso não estamos sepultando os fundamentos? Mestre Pantera – Para responder essa pergunta, vou viajar mais ou menos no ano de 1932, quando o mestre Bimba introduz golpes e movimentos de outras artes marciais para enriquecer a sua capoeira, e dá a ela uma estrutura de luta devido à desmistificação de outras artes que via a capoeira como uma dança e não uma luta. Hoje, eu encaro o fato de quando o capoeirista procura treinar outras artes como forma de estruturar melhor as suas deficiências dentro da capoeira, porém, sou contra quando esses lutadores introduzem golpes de outras artes na capoeira e esquecem de toda a movimentação da capoeira que deve sair da ginga, no entanto, o soco, a cotovelada, a cabeçada, o agarrão sempre foram movimentos da Capoeira Regional Baiana criada pelo mestre Bimba, onde o único problema é que na maioria das vezes são executados fora da característica da capoeira (a ginga). Aracaju, 24/08/08 Postado por Capoeira Manganga.
link de pesquisa: http://capoeiramanganga.blogspot.com/2009/04/entrevista-mestre-pantera-negra

capoeira

Capoeira é cultura



A Capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música.
Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.
Uma característica que distingue a Capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto.
A palavra capoeira é originária do tupi-guarani, refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira tenha obtido o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Capoeiristas fugitivos da escravidão e desconhecedores do ambiente ao seu redor, frequentemente usavam a vegetação rasteira para se esconderem da perseguição dos capitães-do-mato.
Outras expressões culturais, como o maculelê e o samba de roda, são muito associadas à capoeira, embora tenham origem e significados diferentes.







História
As raízes mais antigas da capoeira situam-se no sul de Angola, onde uma cerimônia tradicional de iniciação das mulheres à idade adulta chamada n'golo ("zebra", em quimbundo) compreendia uma luta em que os homens tinham que procurar encostar os pés na cabeça do adversário, imitando o coice de uma zebra. A luta se desenvolvia ao som de atabaques e o vencedor da competição tinha o direito de escolher uma noiva sem ter de pagar o dote. Com a chegada dos colonizadores portugueses a Angola no século XVI, a luta do n'golo embarcou para a América através do porto de Benguela junto com os escravos. O Brasil foi o maior receptor da migração de escravos, recebendo quase quarenta por cento de todos os escravos enviados através do oceano Atlântico.
A origem da capoeira, porém, ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre as suas primeiras descrições e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática.
Origem
No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este deficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos .
A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas. Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se.
Neste meio começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a cavalo.
Nos quilombos
Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes.
A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar.
O maior dos quilombos, o dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e geralmente combatendo em menor número, resistiram a, pelo menos, 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores neerlandeses.
A urbanização
Com a transferência do então príncipe-regente Dom João VI e de toda a corte portuguesa para o Brasil em 1808, devido à invasão de Portugal por tropas napoleônicas, a colônia deixou de ser uma mera fonte de produtos primários e começou finalmente a se desenvolver como nação. Com a subsequente abertura dos portos a todas as nações amigas , o monopólio português do comércio colonial efetivamente terminou. As cidades cresceram em importância e os brasileiros finalmente receberam permissões para fabricar no Brasil produtos antes importados, como o vidro.
Já existiam registros da prática da capoeira nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Recife desde o século XVIII, mas o grande aumento do número de escravos urbanos e da própria vida social nas cidades brasileiras deu à capoeira maior facilidade de difusão e maior notoriedade. No Rio de Janeiro, as aventuras dos capoeiristas eram de tal jeito  que o governo, através da portarias como a de 31 de outubro de 1821, estabeleceu castigos corporais severos e outras medidas de repressão à prática de capoeira.
Libertação dos escravos e proibição
No fim do século XIX, a escravidão no Brasil era basicamente impraticável por diversos motivos, entre eles o sempre crescente número das fugas dos escravos e os incessantes ataques das milícias quilombolas às propriedades escravocratas. O império Brasileiro tentou amenizar os diversos problemas com medidas como a lei dos Sexagenários e a lei do Ventre Livre, mas o Brasil invevitavelmente reconheceria o fim da escravidão em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, sancionada pelo parlamento e assinada pela princesa Isabel.
Livres, os negros viram-se abandonados à própria sorte. Em sua grande maioria, não tinham onde viver, onde trabalhar e eram desprezados pela sociedade, que os via como vagabundos.  O aumento da oferta de mão de obra europeia e asiática do período diminuía ainda mais as oportunidades e logo grande parte dos negros foi marginalizada e, naturalmente, com eles a capoeira.
Foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional , vista a situação caótica da capital brasileira e a notável vantagem que um capoeirista levava no confronto corporal contra um policial.
Devido à proibição, qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. A capoeira, após um breve período de liberdade, via-se mais uma vez malvista e perseguida. Expressões culturais como a roda de capoeira eram praticadas em locais afastados ou escondidos e, geralmente, os capoeiristas deixavam alguém de sentinela para avisar de uma eventual chegada da polícia.
A luta regional baiana
Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas, acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial. Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, enxugou a capoeira, tornando-a mais eficiente para o combate e inseriu alguns movimentos de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.
Em 1937, Bimba fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias. Finalmente, em 1940, a capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade. Começou, então, um longo processo de desmarginalização da capoeira.
Em pouco tempoa notoriedade da capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos capoeiristas tradicionais, que perdiam espaço e continuavam a ser malvistos. Esta situação desigual começou a mudar com a inauguração do centro Esportivo de capoeira Angola (CECA), em 1941, por mestre Pastinha. Localizado no Pelourinho, em Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a capoeira em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do CECA cunhou em definitivo o termo capoeira Angola como nome do estilo tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo já na época do império a prática da capoeira apelidada em alguns locais de "brincar de angola" e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha acabaram adotando-o.
Atualmente
Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contramestres respeitados são, constantemente, convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.
O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável.
Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Capoeiristas históricos
  • Besouro Mangangá, ou Besouro Preto, capoeirista baiano do século XIX, reconhecido como exímio lutador, imortalizado nas músicas da capoeira.
  • Manduca da Praia, temido capoeirista no Rio de Janeiro do século XIX.
  • Madame Satã, polêmico capoeirista do Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX, sua vida foi retratada em filme.
  • Mestre Waldemar, representante da capoeira da periferia de Salvador, foi alvo de vários estudos acadêmicos durante os anos 1950, inventor das ladainhas.
  • Mestre Adenina, lutou pela libertação dos escravos.
  • Rosa Palmeirão, era uma conhecida e respeitada capoeirista de Salvador, reconhecidamente hábil e bela. Dela se dizia que numa briga teria derrotado seis homens ao mesmo tempo, que teria escapado doze vezes da prisão e que navegava como um homem.
Capoeira regional
  • Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado), criador da capoeira regional.
  • Mestre Eziquiel, aluno de Bimba, divulgou a capoeira pelo mundo e foi um de seus maiores cantadores e compositores.
  • Dr. José Cisnando Lima, aluno de Bimba, auxiliou o mestre no estabelecimento das bases da luta regional baiana.
  • Mestre Capixaba, fundador da A.C.A.P.O.E.I.R.A., difundiu e difunde a capoeira nos cinco continentes.
capoeira de Angola
  • Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha), fundou a primeira escola de capoeira Angola legalizada pelo governo baiano.
  • Mestre João Pequeno aluno de Pastinha, é o mais velho e reconhecido mestre da capoeira Angola de Pastinha em atividade.
  • Mestre João Grande, aluno de mestre Pastinha, um dos mais reconhecidos mestres de capoeira Angola em atividade, comanda ainda hoje seu grupo na cidade de Nova Iorque.
Outros
  • Camafeu de Oxóssi, foi um mestre de capoeira e figura de destaque no candomblé baiano.
  • Mestre Burguês, fundador da federação Paranaense de capoeira em 1985. Teve dezenove CDs de capoeira produzidos.
  • Mestre Camisa Roxa (Edvaldo Carneiro e Silva), aluno de Bimba, grão-mestre do grupo Abadá, divulgador da capoeira no exterior.
  • Mestre Celso Carvalho Nascimento, mestre carioca, sendo-lhe atribuído um estilo único. É o mais antigo capoeirista do Rio de Janeiro em atividade.
  • Mestre Mão Branca (William Douglas Guimarães), mestre mineiro fundador do grupo Capoeira Gerais, que propaga a capoeira para mais de 22 países.
  • Mestre Nô, (Norival Moreira de Oliveira), fundador dos grupos Retintos, Orixás da Bahia, Capoeira Angola Palmares e da associação Brasileira Cultural de Capoeira Palmares (ABCCP).
  • Mestre Peixinho (Marcelo Azevedo Guimarães), mestre do Rio de Janeiro, fundador do centro Cultural Senzala de capoeira.
  • Mestre Sombra (Roberto Teles de Oliveira), sergipano, fundador da associação de Capoeira Senzala de Santos, pioneiro da capoeira na baixada Santista.
  • Mestre Suassuna, fundador do Grupo Cordão de Ouro, pioneiro da capoeira Regional em São Paulo. Gravou um dos primeiros discos de capoeira.
  • Mestre Suíno, fundador do grupo Candeias e o principal contribuinte da capoeira em Goiás. Autor de cinco livros sobre a história da capoeira.
  • Mestra Janja e Mestra Paulinha, primeiras mestras de capoeira angola, discípulas de mestre Morais, mestre Cobra Mansa e João Grande e líderes do grupo Nzinga de capoeira angola.
Roda de capoeira
A roda de capoeira é um círculo de capoeiristas com uma bateria musical em que a capoeira é jogada, tocada e cantada. A roda serve tanto para o jogo, divertimento e espetáculo, quanto para que capoeiristas possam aplicar o que aprenderam durante o treinamento.
Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira cantando e batendo palmas no ritmo do berimbau enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do tocador de berimbau ou quando algum outro capoeirista da roda compra o jogo, ou seja, entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles.
Em geral, o objetivo do jogo da capoeira não é o nocaute ou destruir o oponente. O maior objetivo do capoeirista ao entrar em uma roda é a queda, ou seja, derrubar o oponente sem ser golpeado, preferencialmente com uma rasteira. Na maioria das vezes, entre o jogo de um capoeirista mais experiente e um novato, o capoeirista experiente prefere mostrar sua superioridade marcando o golpe no oponente, ou seja, freando o golpe um instante antes de completá-lo. Entre dois capoeiristas experientes o jogo poderá ser muito mais agressivo e as consequências mais graves.
A ginga é o movimento básico da capoeira, mas além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, floreios (como o aú ou a bananeira), golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, acrobacias (como o salto mortal), giros apoiados nas mãos ou na cabeça e movimentos de grande elasticidade.
O batizado
O batizado é uma roda de capoeira solene e festiva, onde alunos novos recebem sua primeira corda e demais alunos podem passar para graduações superiores. Em algumas ocasiões pode-se ver formados e professores recebendo graduações avançadas, momento considerado honroso para o capoeirista.
O batizado parte ao comando do capoeirista mais graduado do grupo, seja ele mestre, contramestre ou professor. Os alunos jogam com um capoeirista formado e devem tentar se defender. Normalmente o jogo termina com a queda do aluno, momento em que é considerado batizado, mas o capoeirista formado pode julgar a queda desnecessária. No caso de alunos mais avançados, o jogo poderá ser com mais de um formado, ou até mesmo com todos os formados presentes, para as graduações avançadas.
O apelido
Tradicionalmente o batizado seria o momento em que o capoeirista recebe ou oficializa seu apelido, ou nome de capoeira. A maioria dos capoeiristas passa a ser conhecida na comunidade mais pelos seus respectivos apelidos do que por seus próprios nomes. Apelidos podem surgir de inúmeros motivos, como uma característica física, uma particular habilidade ou dificuldade, uma ironia, a cidade de origem, etc.
O costume do apelido surgiu na época em que a capoeira era ilegal. Capoeiristas evitavam dizer seus nomes para evitar problemas com a polícia e se apresentavam a outros capoeiristas ou nas rodas pelos seus apelidos. Dessa forma um capoeirista não poderia revelar os nomes dos seus companheiros à polícia, mesmo que fosse preso e torturado.
Hoje em dia o apelido continua uma forte tradição na capoeira, apesar de não ser mais necessário.
Música
Os berimbaus que regem a capoeira.
A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade estavam desenvolvendo e treinando uma arte-marcial para se defenderem. Componente fundamental de uma roda de capoeira, ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado. A música é criada pela bateria e pelo canto (solista ou em coro), geralmente acompanhados de um bater de palmas.
A bateria é tradicionalmente composta por três berimbaus, dois pandeiros e um atabaque, mas o formato pode variar excluindo-se ou incluindo-se algum instrumento, como o agogô e o ganzuá. Um dos berimbaus define o ritmo e o jogo de capoeira a ser desenvolvido na roda. Desta maneira, é a música que comanda a roda de capoeira, não só no ritmo mas também no conteúdo.
Canções
As canções de capoeira são divididas em partes solistas e respostas do coro, formado por todos os demais capoeiristas presentes na roda. Dependendo do seu conteúdo podem ser classificadas como ladainhas, chulas, corridos ou quadras.
A ladainha, ou lamento, é utilizada unicamente no início da roda de capoeira. Parte do longo grito , seguido de uma narrativa solista cantada em tom solene. Geralmente é cantada pelo capoeirista mais respeitado ou graduado da roda. Neste momento não existe jogo, não se bate palmas e alguns instrumentos não são tocados. A narrativa é seguida pelas homenagens tradicionais feitas pelo solista (a Deus, ao seu mestre, a quem o ensinou e mais qualquer personagem importante ou fator relevante à capoeira, como a malandragem), respondidas intercaladamente pela louvação do coro e pelo início das palmas e dos instrumentos complementares. O jogo de capoeira somente pode iniciar após o fim da ladainha.
A chula é um canto em que a parte solista é muito mais longa do que a a resposta do coro. Enquanto o solista canta dez, doze, ou até mais versos, o coro responde com apenas dois ou quatro versos. A chula pode ser cantada em qualquer momento da roda.
O corrido, forma musical mais comum da roda de capoeira, é um canto onde a parte solista e a resposta do coro são equivalentes, em alguns casos o número de versos do coro superando os versos solistas. Pode ser cantado em qualquer momento da roda e seus versos podem ser modificados e improvisados durante o jogo para refletir o que está acontecendo durante a roda, ou para passar algum aviso a um dos demais capoeiristas.
A quadra é composta de um mesmo verso repetido quatro vezes, seja três versos solistas e uma resposta do coro, seja a parte solista e a resposta intercaladas. Pode ser cantada em qualquer momento da roda.
As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano da comunidade. Algumas canções comentam o que está acontecendo durante a roda de capoeira, outras divagam sobre a vida ou um amor perdido. Outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas por diversão. Basicamente não existem regras e alunos são encorajados a criar suas próprias canções.
Os capoeiristas mudam as canções frequentemente de acordo com o que ocorre na roda ou fora dela. Um bom exemplo é quando um capoeirista novato demonstra notável habilidade durante o jogo e o solista canta o verso "e o menino é bom", seguido pelo coro com o verso "bate palma pra ele". A letra da música é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.
Toques de capoeira
O toque de capoeira é o ritmo tocado pelos berimbaus, seguidos pelos demais instrumentos. Podem ser executados desde bem lentamente (como no toque de Angola), induzindo a um jogo mais lento e estratégico, até bastante acelerados (como em São Bento Grande), induzindo a um jogo rápido, ágil e acrobatico. Podem também ter outros significados que vão além do jogo ou comandar uma roda restrita, como o toque de Iúna.
Berimbaus. Da Esquerda para direita: Viola, Médio e Gunga ou Berra-Boi.
Em uma roda de capoeira a forma mais usual é iniciar com o toque de Angola e subir o ritmo gradualmente, encerrando com o toque São Bento Grande em alta velocidade. Contudo não existem regras, uma roda pode manter sempre o mesmo toque ou mesmo inverter, começando de modo acelerado e terminando de modo lento.
Alguns dos toques mais comumente utilizados:
A dança e a capoeira
Devido à sua origem e história, existiu sempre a necessidade de se esconder ou disfarçar o aprendizado e a prática da capoeira. Na época da escravidão era um risco enorme aos senhores de engenho possuir escravos hábeis em uma arte-marcial. Para evitar represálias por parte de seus senhores, os escravos praticavam enquanto seus companheiros cantavam e batiam palmas. Os golpes e esquivas eram praticados durante uma falsa dança que seria o embrião da atual ginga.
Da falsa dança da época dos engenhos de açúcar até os tempos mais atuais, a ginga evoluiu até se tornar uma estratégia de combate, cujo objetivo principal é não oferecer ao oponente um alvo fixo. Mesmo hoje em dia a maioria dos leigos à primeira vista acredita tratar-se a capoeira de uma coreografia, ou de uma dança acrobática.
Outras manifestações culturais como o batuque, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda são danças fortemente ligadas à capoeira, por também terem nascido da mesma cultura.
Estilos
Falar sobre estilos na capoeira é um argumento difícil, visto que nunca existiu uma unidade na capoeira original, ou um método de ensino antes da década de 1920. De qualquer forma a divisão entre dois estilos e um sub-estilo é amplamente aceita.
Angola
Capoeira Angola refere-se a toda a capoeira que mantém as tradições da época anterior à da criação do estilo Regional. Em outras palavras é a capoeira mais tradicional. Existindo em diversas áreas do país desde tempos mais remotos, notadamente no Rio de Janeiro, em Salvador e em Recife, é impossível precisar onde e quando a capoeira Angola começou a tomar sua forma atual.
O nome "Angola" já começa a aparecer com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de negros de Angola. Em alguns locais a população se referia ao jogo de capoeira como brincar de Angola e, de acordo com Mestre Noronha, o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana, já utilizava ilegalmente o nome capoeira Angola no início da década de 1920. O nome Angola foi finalmente imortalizado por Mestre Pastinha, ao inaugurar em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de capoeira Angola (CECA). Pastinha foi conhecido como grande defensor da capoeira tradicional, prestigiadíssimo por capoeiristas de renome como Mestre João Grande e Mestre Moraes. Com o tempo, diversos outros grupos de capoeira tradicional passaram a adotar o nome Angola para seus estilos.
A Angola é o estilo mais próximo de como os escravos lutavam ou jogavam a capoeira. Caracterizada por ser estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da malandragem e da imprevisibilidade da capoeira original. Alguns angoleiros afirmam que seu domínio é muito complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga ou mesmo a brincadeira para superar o oponente.
A bateria típica em uma roda de capoeira Angola é composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um agogô e um ganzuá.
Regional
A capoeira regional começou a nascer na década de 1920, do encontro de mestre Bimba com seu futuro aluno, José Cisnando Lima. Ambos acreditavam que a capoeira estaria perdendo seu valor marcial e chegaram à conclusão de que uma reestruturação era necessária. Bimba criou, então, sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Aconselhado por Cisnando, Bimba chamou sua capoeira de Luta Regional Baiana, visto que a capoeira ainda era ilegal na época.
A base da capoeira regional é a capoeira tradicional mais enxuta, com menos subterfúgios e maior objetividade. O treinamento era mais focado no ataque e no contra-ataque, com muita importância para a precisão e a disciplina. Bimba também incorporou alguns golpes de outras artes marciais, notadamente o batuque, antiga luta de rua praticada por seu pai. O uso de acrobacias e saltos era mínimo: um dos fundamentos era sempre manter ao menos uma base de apoio. Como dizia Mestre Bimba, o chão é amigo do capoeirista.
A capoeira regional também introduziu na capoeira o conceito de graduações. Na academia de mestre Bimba, existiam três níveis hierárquicos: calouro, formado e formado especializado. As graduações eram determinadas por um lenço amarrado na cintura.
As tradições da roda e do jogo de capoeira foram mantidas, servindo para a aplicação das técnicas aprendidas em aula. A bateria, contudo, foi modificada, sendo composta por um único berimbau e dois pandeiros. Uma das maiores honras para um discípulo era a permissão para jogar iúna. O jogo de iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros.
A única peculiaridade técnica do jogo de iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe pré-estabelecido no desenrolar do jogo. O jogo também destacava-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos, o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.
A luta regional baiana tornou-se rapidamente popular, levando a capoeira ao grande público e finalmente mudando a imagem do capoeirista, tido no Brasil até então como um marginal. Das muitas apresentações que mestre Bimba fez com seu grupo, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953 para o então presidente da república Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional.

Mestre Bimba e a Capoeira Regional

          Mestre Bimba e a Capoeira Regional




Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba), nasceu em 23 de novembro de 1899, no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador, Bahia, filho de Luís Cândido Machado, famoso campeão baiano de batuque, e de Maria Martinha do Bonfim. Somente aos 12 anos de idade, Bimba o caçula de Dona Martinha, iniciou na Capoeira, através de Mestre Bentinho, Capitão da Companhia de Navegação Baiana.
Em 1928 foi criada a Capoeira Regional (Luta Regional Baiana) por Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba), uma manifestação da cultura baiana. Ele utilizou os seus conhecimentos de Capoeira (que após a criação da Regional denominou-se Angola) e do Batuque. O Batuque é uma luta violenta, onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas.
Infelizmente Mestre Bimba, o Rei da Capoeira, veio a falecer na cidade de Goiânia-GO vitima de uma parada cardíaca em 05 de fevereiro de 1974. Foi enganado e morreu na miséria, talvez se não tivesse saído da sua Bahia, não teria esta grande decepção no fim de sua vida.
Principais características da Capoeira Regional:
Exame de Admissão, Seqüência de Ensino de Mestre Bimba, Cintura Desprezada, Batizado, Esquenta Banho, Formatura, Iúna, Curso de Especialização, Charanga, Toques, Quadras e Corridos. Plasticamente a Capoeira Regional é identificada pelos golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos, jogo alto e objetivo.
Exame de Admissão:
Consistia de alguns exercícios básicos, com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, o Mestre pegava-o pelas mãos e o ensinava à gingar.
Seqüência de Ensino de Mestre Bimba:
O mestre criou o primeiro método de ensino da Capoeira, que consta de uma seqüência de movimentos de ataque e defesa dividida em 08 módulos, devendo ser praticada todos os dias. Os movimentos treinados na seqüência são os mais utilizados na roda de Capoeira.
Cintura Desprezada:
É uma seqüência de golpes ligados e balões, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de ensinar o capoeirista a sair e livrar-se dos agarrões, desenvolver a auto-confiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza.
Batizado:
É um momento de grande significado para o aluno, na Academia de Mestre Bimba ele dizia "Hoje você vai entrar no aço". Desta maneira o Mestre avisava ao aluno que chegou a hora do seu batizado, era um momento de grande emoção. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar, fazendo-o soltar o jogo, então era dado um apelido "Nome de Guerra" com o qual passaria a ser conhecido na capoeira.
Esquenta Banho:
Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro afim de tomarem uma ducha, no entanto o banheiro da academia só tinha um chuveiro, o que causava um congestionamento. Para não esfriar o corpo, os alunos mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o "Esquenta Banho".
Formatura:
Era um dia especial para o Mestre e seus alunos, um ritual com direito a paraninfo, orador, e madrinha. Era como se aluno estive concluindo o ensino fundamental.
Iúna:
A Iúna é uma marca registrada da Capoeira Regional, é um toque de berimbau criado pelo Mestre Bimba, onde só os alunos formados tinham acesso à roda, sendo obrigatório a realização de um "jogo de floreio", bonito, curtido, malicioso e que deve ser aplicados os balões.
Curso de Especialização:
Este era um curso onde só poderia participar os alunos formados por Mestre Bimba, que tinha como conteúdo as "emboscadas".
Charanga:
A bateria da Capoeira Regional, que é composta por 01 berimbau e 02 pandeiros, sendo o berimbau o instrumento que comanda a roda.
Toques:
São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, São Bento Pequeno, Idalina e Iúna. Cada toque tem um significado e um estilo de jogo.
Cantos:
quadras e corrido.
Mulher Barbada:
Criada por BIMBA é uma bebida que faz parte da tradição da Capoeira Regional.

Nomenclatura:
A nomenclatura da capoeira regional é composta por 75 movimentos, partindo de alguns movimentos encontraremos variações pertinentes à Capoeira Regional.
Sequência de Ensino


Aluno "A"
  • 02 Meia-Luas de Frente
  • 01 Armada
  • 01 Aú
Aluno "B"
  • 02 Guarda-Baixa
  • 01 Negativa



Aluno "A"
  • 02 Queixadas
  • 01 Guarda Baixa
  • 01 Benção
  • 01 Aú / Rolê
Aluno "B"
  • 02 Guarda-Baixa
  • 01 Armada
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada



Aluno "A"
  • 02 Martelos
  • 01 Guarda Baixa
  • 01 Benção
  • 01 Aú Rolê
Aluno "B"
  • 02 Palmas
  • 01 Armada
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada



Aluno "A"
  • 02 Godemes
  • 01 Arrastão
  • 01 Aú/Rolê
Aluno "B"
  • 02 Palmas
  • 01 Galopante
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada



Aluno "A"
  • 01 Arpão de Cabeça
  • 01 Joelhada
  • 01 Aú / Rolê
Aluno "B"
  • 01 Cabeçada
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada





                                        6º


Aluno "A"
  • 01 Meia-Lua de Compasso
  • 01 Guarda Baixa
  • 01 Joelhada Lateral
  • 01 Aú / Rolê


Aluno "B"
  • 01 Guarda-Baixa
  • 01 Meia-Lua de Compasso
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada



Aluno "A"
  • 01 Armada
  • 01 Guarda Baixa
  • 01 Benção
  • 01 Aú / Rolê
Aluno "B"
  • 01 Guarda Baixa
  • 01 Armada
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada




Aluno "A"
  • 01 Benção
  • 01 Aú / Rolê

Aluno "B"
  • 01 Negativa
  • 01 Cabeçada